Até 2020, demanda por engenheiros pode criar mais de 600.000 postos de trabalho.
13/11/2013Segundo o Ipea, universidades devem suprir mercado, mas áreas como construção e extração mineral podem enfrentar escassez de profissionais
Engenheiro
Brasil pode demandar até 1,1 milhão de engenheiros (Thinkstock)
A demanda brasileira por engenheiros deve criar ao menos 660.000 postos de trabalho até 2020, segundo estudo divulgado nesta terça-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O setor de petróleo e gás, que inclui extração e refino, é a subárea da engenharia que registrará o maior crescimento relativo de vagas: entre 13% e 19%.
As projeções foram feitas pelos pesquisadores Aguinaldo Maciente e Paulo Nascimento, do próprio Ipea. Eles projetaram a demanda por profissionais considerando três cenários de crescimento médio anual da economia até 2020: 2,5%, 4% e 5,5%. No primeiro, a criação de vagas para engenheiros chegaria a 658.000. No segundo, a 930.000. No terceiro, a 1,1 milhão. O mesmo estudo lembra que, entre 1996 e 2010, o PIB avançou a uma taxa média de 3,1%, mostrando que o segundo e o terceiro cenários do Ipea são bastante otimistas.
Segundo o estudo, a demanda do mercado de trabalho deve ser atendida pela expansão dos cursos de engenharia. Entre 2000 e 2012, o número de estudantes que ingressaram na carreira de engenharia subiu 351%, ante 120% da média dos cursos de graduação. Em 2011, pela primeira vez, houve mais calouros de engenharia do que de direito.
“Os cenários alarmistas quanto à escassez de engenheiros, emitidos pelas entidades empresariais e até mesmo por órgãos governamentais (…) parecem não ter se confirmado. Em primeiro lugar, porque ignoraram as incertezas quanto à sustentabilidade de taxas de crescimento muito elevadas. Em segundo lugar, porque ignoraram a capacidade de resposta do sistema de educação superior”, diz o estudo.
Os pesquisadores não descartam, no entanto, a possível falta de profissionais em áreas específicas: “A julgar pelos dados apresentados, a situação parece mais crítica nos setores de extração mineral e construção.”
(Fonte: Veja)