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Comemorações do Dia da Mulher têm atividade inovadora na Faculdade Campo Real

08/03/2016
O dia 8 de março é tradicionalmente comemorado como Dia Internacional da Mulher.
As lembranças do dia na mídia e em muitas empresas são as mais diversas, sendo elaboradas promoções voltadas às mulheres, campanhas enaltecendo suas qualidades, brindes especiais, entre outros.
Infelizmente, nem sempre as homenagens são suficientes para promover a conscientização sobre a relevância do dia e principalmente sobre as razões por que foi estabelecida uma data especial entre as mulheres.
Por isso, além das homenagens devidas, com uma blitz na Rua XV de Novembro, campanhas fotográficas, cartões e presentes às mulheres, tudo devido e merecido, a Campo Real optou também por realizar palestras sobre o Dia da Mulher para os homens.
Afinal, não basta termos um dia para exaltar as qualidades femininas e durante todo o restante do ano insistirmos em marcar a desigualdade entre homens e mulheres.
Alunos dos diversos cursos, professores e colaboradores foram convidados para se dirigirem ao Salão Nobre da instituição, aonde participaram da palestra “Por que Dia da Mulher?”.
A palestra ministrada pela Profª Patricia Melhem Rosas, abordou a história do dia 8 de março, com o incêndio que em 1857 vitimou mulheres grevistas em Nova Iorque. Apontou a desigualdade e machismo ainda presentes no dia a dia de nossa sociedade com suas brincadeiras e piadas recorrentes, repetidas muitas vezes sem a intenção de promover a desigualdade, mas que reafirmam a presunção de inferioridade feminina. Foram lembradas também peças publicitárias que apresentam a mulher como “coisa”, objeto inanimado à disposição das vontades masculinas.
Enquanto os homens ouviam sua palestra, as alunas foram recepcionadas pela Profª Ana Claudia Silva Abreu, que abordou o mesmo tema, mas direcionado às mulheres, para que percebamos em que medida a própria mulher reproduz padrões que reafirmam sua posição subsidiária.
Apesar de termos uma Constituição que afirma a igualdade de gêneros, assim como uma legislação que pretende ser rigorosa com todo tipo de violência contra a mulher, ainda vivemos em uma sociedade que crê existirem papéis cabíveis apenas aos homens. Também a eles o machismo é prejudicial, pois impõem aos homens um padrão de força, competência e desempenho sexual inatingíveis, além de os retratar como incapazes de reconhecer uma mulher para além de sua beleza.
Observa-se que ainda hoje muitas famílias educam meninos e meninas de forma extremamente diferente, sendo permissivas em relação aos comportamentos masculinos e repressivas sobre as meninas, muitas vezes inclusive obrigando-as aos trabalhos doméstico, a serviço dos irmãos homens.
Esse modelo acaba se repetindo na publicidade, na música, no trabalho e inclusive na política, sendo sempre necessário rediscutir o papel da mulher em nossa sociedade.
Por outro lado, a intenção das palestras não é afirmar a superioridade feminina em relação aos homens, mas apenas destacar o fato de que a luta por igualdade ainda não terminou.