Faculdade presta homenagem à Mulheres Reais
07/03/2014A rotina foi modificada na Faculdade Campo Real desde quarta feira (05) quando acadêmicas, professoras e funcionárias foram convidadas a parar por uns instantes. Foram fotografadas de forma descontraída em grupos ou individualmente pela equipe do marketing da instituição. Uma homenagem mais do que merecida.
Elas são Anas, Marias, Lúcias, Sônias, Selmas, Angelas, Gabrielas, Noelis, Vanessas, Evas, Ivones. São Mulheres Reais. São ao total 21 estagiárias, 42 funcionárias e 70 professoras que se unem as mais de 1400 acadêmicas para serem homenageadas no Dia Internacional da Mulher.
A acadêmica Ketlen Diandra Ferreira, 18 anos acabou o ensino médio como muitas garotas da sua idade, mas logo ingressou na Faculdade Campo Real onde cursa o 2º período de Enfermagem. Ela reside na cidade de Turvo, onde trabalha das 8h30 às 17h30 como vendedora em uma loja de artigos infantis. A sua mãe vai buscá-la no fim do expediente para que não se atrasse para pegar o ônibus que a leva diariamente para Guarapuava. “Não desisto dos meus sonhos. Muitos dias penso em não vir porque estou cansada demais. Mas amo o que estou me propondo a fazer. Me sinto bem em ajudar as pessoas, tenho uma enorme necessidade em cuidar e tenho certeza que estou no caminho certo”.
No meio do turbilhão de atendimentos na hora do intervalo uma senhora simpática se destaca ao dizer: “Olá filha! O que vai ser hoje?”. Ela é a tia da cantina. Brigite Lanz Pinto, 52 anos, está na batalha contra um câncer há dois anos, mas ninguém imagina ao ver brilharem os expressivos olhos azuis. Mãe de três filhos e avó de um menino de 3 anos, ela se sente feliz ao estar se sentindo útil, viva, dando e recebendo boas energias no ambiente da Campo. “Entro aqui às 15h e saio às 22h30. Aqui eu falo, eu dou risada, eu interajo com esta juventude linda e diversificada. Eu dou o melhor de mim e recebo o melhor da cada um”, conta entusiasmada.
Mesmo aos 41 anos Noeli Aparecida Rodrigues não deixou de sonhar com um padrão de vida melhor e, com apoio total dos filhos e marido, enfrenta o desafio de cursar o tão sonhado curso de Enfermagem. Depois de concluir o curso técnico no Senac em 2007 focou na próxima meta, ser acadêmica de Enfermagem. Hoje seu tempo se divide em 6 horas pela manhã na Clínica Médica e Cirurgia, na área de isolamento do Hospital São Vicente de Paulo. Às 13h inicia sua segunda jornada na Urgência Municipal até às 18h50. Seu dia ainda não acabou. Chega a hora de ir para a Campo Real onde se une aos colegas do 5º período de Enfermagem para dar sequência ao seu projeto de vida. Uma mulher real que conta com o apoio incondicional de sua família para se realizar também profissionalmente.
A necessidade de custear as suas depensas extras da Faculdade levou a acadêmica Gabriela Costa Moreira, 19 anos a abraçar a profissão de recepcionista na Campo Real. Ela estuda no Cedeteg onde cursa Nutrição. Por seu curso ser integral, estuda o dia todo e das 18h às 23h está na recepção da Campo, sempre sorridente e com uma disposição invejável para ajudar.
A professora Selma Assumpção Dias é a própria simpatia em pessoa. Coordenadora do curso de Enfermagem, concilia, como tantas mulheres, a responsabilidade de mãe, avó e profissional reconhecida. Foram 10 anos de trabalho árduo no Pronto Socorro do Hospital Cajuru em Curitiba, ajustando o tempo entre pós graduação na PUC e mestrado na UFPR, que lhe credenciam a ser a mulher guerreira e afetuosa que é. O carinho e respeito que seus alunos tem por ela são a prova concreta disso.
Crescendo com a instituição há 12 anos, a secretaria Gracielle Dayane de Souza se orgulha em fazer parte da família Campo Real. “Acompanhar o crescimento desta empresa é como vibrar com conquistas da nossa própria família. Passo a maior parte do tempo aqui. Crescemos juntas.” Lúcia Tyski Martini trabalha na tesouraria e há 13 anos faz parte desta equipe vencedora. “É gratificante fazer parte disso tudo”.
Ivone Pereira Vilarino, 40 anos, é caloura do curso de Enfermagem. Babá há 5 anos dos filhos de um médico pediatra, sempre dedicou sua vida às crianças. “Recebo um incentivo imenso dos meus patrões e hoje tenho a plena convicção que me achei. É exatamente isso que sempre sonhei. E não vou parar por aí. Pós e mestrado que me aguardem.” Ela trabalha das 6h da manhã ás 19h e não mede esforços para realizar o sonho de uma vida.
E brindando a vida de todas estas personagens, guerreiras da vida real, encerro contando um pouco do dia-a-dia de Eva Fiuza Tereza, 63 anos, que há 12 anos faz parte da família Campo Real, como ela mesma define. “Gosto demais do ambiente da Faculdade. Aqui sou respeitada e todos somos tratados com muita dignidade. Me sinto em casa.” Faz parte da equipe da limpeza e não se importa de fazer um pouco de tudo. Ela chega na Campo Real às 8h da manhã e sai ao meio dia. Ás 18h retorna para o segundo turno que se estende até às 23h. E neste intervalo de tempo, descansa? Não! Ela se transforma em cabelereira, manicure, depiladora, maquiadora e com uma clientela praticamente formada por professoras, acadêmicas e funcionárias da Faculdade, deixa estas mulheres reais ainda mais fascinantes.
Texto e fotos: Lizi Dalenogari (fotojornalista da Campo Real)