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Acadêmicos da Campo vacinam pré-adolescentes contra HPV

25/03/2014

Teve início em Guarapuava o cronograma de vacinas contra HPV para meninas de 11 a 13 anos, ofertadas pelo sistema público de saúde. Serão 4 mil adolescentes vacinadas no Município. Acadêmicos do 7º período de Enfermagem da Faculdade Campo Real, orientados pela professora Flávia Silva Souza, estiveram na última semana no Colégio Aliança, onde 87 adolescentes foram vacinadas. Nesta terça (25) foi a vez de 20 pré-adolescentes do Colégio Adventista receberem a vacina.

Para Maria Júlia Ribas, 13 anos, aluna do Colégio Aliança, o avanço da medicina e a possibilidade de estar sendo imunizada deixa para trás qualquer receio. “O que é uma picadinha perto da dor que posso sentir caso tenha uma doença grave? Estou sendo imunizada e recebendo orientação constante tanto na escola, como em casa e também agora com a Caderneta de Saúde Adolescente que acabei de ganhar”.

 Organização Mundial de Saúde (OMS), autoridades sanitárias em todo o mundo e sociedades médicas brasileiras como a de pediatria e ginecologia e obstetrícia reiteram a importância da vacinação. Mas há médicos que não estão convencidos. E centenas de pais e mães, após encontrarem relatos de efeitos graves supostamente ligados à imunização, passaram a questionar se vale a pena autorizar que as filhas recebam a primeira dose na escola. Leia, a seguir, alguns fatos sobre o HPV e a vacina:

 – O HPV (papilomavírus humano) infecta a pele e as mucosas. Existem mais de 100 tipos diferentes de HPV, sendo que cerca de 40 tipos podem infectar o trato ano-genital (é considerada a doença sexualmente transmissível mais comum que existe). Pelo menos 13 tipos de HPV podem causar lesões capazes de evoluir para câncer.

– Estudos no mundo comprovam que 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas por um ou mais tipos de HPV em algum momento de suas vidas. Essa percentagem pode ser ainda maior em homens.

– Os tipos 16 e 18 estão presentes em 70% dos casos de câncer do colo do útero e também na maioria dos casos de câncer de ânus, vulva e vagina. Já os tipos 6 e 11 não causam câncer, mas são encontrados em 90% das verrugas genitais.

– O HPV é a principal causa do câncer do colo de útero, terceiro tipo mais frequente entre as mulheres, atrás apenas do de mama e de cólon e reto. No ano passado, segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), 4.800 brasileiras morreram desse tipo de câncer no país, a maioria de classes menos favorecidas.

– Na maior parte das vezes, o organismo combate sozinho o HPV. Estima-se que somente cerca de 5% das pessoas infectadas pelo HPV desenvolverão alguma forma de manifestação. Dessas, uma pequena parte evoluirá para câncer caso não haja diagnóstico e tratamento adequado. O HPV tem sido associado, cada vez mais, a casos de câncer de boca e garganta, e em idades cada vez mais baixas.

Para Heloísa Ruy Stoeberr, 13 anos, tomar a vacina é por em prática tudo o tem aprendido sobre prevenção nos dois anos de educação sexual que tem tido na escola. “Somos privilegiadas por estarmos sendo imunizadas por esta vacina. Quantos casos de mulheres, até próximas de nós que foram vítimas do HPV. Estou tomando a vacina consciente de estar pondo em prática tudo o que aprendi nas aulas, principalmente sobre prevenção. Estou feliz também pelos acadêmicos de Enfermagem da Campo Real estarem aqui. São simpáticos e tenho a certeza que serão excelentes profissionais”.