Carne de frango tem hormônio? Talvez essa seja a pergunta que fica em sua cabeça quando vai ao mercado e pensa em comprar aquele peito de frango para preparar no almoço, não é mesmo?
É comum escutar de alguns familiares ou amigos que carne de frango tem hormônio. Talvez, a produção dos atuais frangos turbinados chame a atenção e atice a curiosidade. Entretanto, isso não passa de um mito. Veja agora algumas informações para não passar vergonha e aprender de vez que frango não usa hormônio.
Então vamos lá. Para começo de conversa, no Brasil a aplicação de hormônios em frangos é proibida desde 6 de janeiro de 1976, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) (Decreto nº76.986).
Em segundo lugar, qualquer hormônio que estimule o crescimento precisa ser injetado, e mais de uma vez por dia. Criações industriais de frangos, muitas vezes, contam com mais de 30 mil animais no barracão. Agora, imagine aplicar os hormônios em cada indivíduo, um a um.
Seria bem demorado não é mesmo? Se gastássemos cerca de 15 segundos por frango, demoraríamos mais de 5 dias trabalhando, 24 horas, sem descanso para fazer as aplicações.
Um terceiro ponto bem importante é de que os hormônios se somado as doses necessárias para fazerem efeito, saem mais caro que a própria carne do frango. Ou seja, seria mais caro produzir do que vender o animal.
Para que os frangos consigam ganhar o peso desejado, no menor tempo possível, precisamos de três pilares fundamentais, que juntos fazem com que os animais engordem. São eles: melhoramento genético, nutrição e manejo.
E para acabar de vez com a dúvida de que carne de frango tem hormônio, explicamos detalhadamente cada um desses pilares.
O primeiro pilar que temos é o melhoramento genético. Que nada mais é que a escolha de animais com características desejáveis, como por exemplo animais com menos gordura na carne, animais com a região peitoral maior, animais que conseguem ganhar mais peso, com carcaça maior.
Esses animais eram escolhidos, os melhores eram cruzados com os melhores, passando as características desejáveis a seus filhos e assim por diante. Fazendo a cruza dos melhores com os melhores chegamos a uma diferença de carcaça de um frango em 1950 para um frango de 2005, em cerca de 400%. Ou seja, muita seleção e nenhum hormônio.
Para ter ideia a nutrição dos frangos, dentro das granjas, são controladas todas por computadores.
A ração usada é formada basicamente por milho, farelo de soja e vitaminas. O que acontece é que para cada fase em que o frango se encontra dentro da granja, a formulação da ração muda. Ou seja, para cada fase que o animal está do crescimento, se sabe exatamente o quanto de cada ingrediente da ração é necessário para que ele consiga crescer o máximo possível. Dessa maneira é possível garantir que o animal tenha seu potencial de crescimento elevado ao máximo.
Ele come exatamente aquilo que precisa para crescer. Muita tecnologia e estudos e nenhum hormônio.
Você já entrou dentro de algum galpão industrial onde se produzem frangos? Se a resposta foi não, certamente você nem imagina toda a tecnologia por traz dele. Para que os animais consigam ganhar o peso desejado eles não podem se estressar em nenhum momento. Toda a temperatura, umidade, velocidade do vento e claridade são controladas por computador. E você aí, passando calor dentro do escritório, né?
Cada faixa etária que os frangos se encontram as necessidades são diferentes. Com base nisso a medida que os animais vão crescendo, os barracões vão se ajustando automaticamente dentro das necessidades dos animais.
Sem nenhum estresse, com uma alimentação altamente balanceada calculada por computadores e usando animais com alto potencial genético, você ainda acha que é preciso usar hormônio para que os animais engordem?
Nos mercados o consumidor poderá encontrar embalagens contendo o selo “sem uso de hormônios”. Em 2014, o Ministério da Agricultura autorizou que agroindústrias ligadas ao Serviço de Inspeção Federal (SIF) utilizassem a frase em seus produtos.
Entretanto, serve apenas para combater o mito de que a carne de frango não tem hormônio, visto que todos são os produtos não contem hormônios estando escrito na embalagem ou não. Uma maneira de passar mais confiança para o consumidor.
Podemos ficar tranquilos como consumidores. A carne de frango é uma ótima alternativa na nossa alimentação diária, além de ser saborosa, é rica em vitamina B6, pouca porcentagem de gordura e caloria, ideal para o nosso dia a dia.
Acadêmicos do Grupo de Estudos e Pesquisas em Saúde e Sanidade Animal
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