Acadêmicos: Leandro Neves Deubatei; Paulo Antonio Demeterko Ditzel e Saulo Jessé de Oliveira.
Estudos apontam que o receio de se infectar com um vírus desconhecido e que pode ser fatal, a incerteza sobre o controle da doença bem como a necessidade do isolamento social e quarentena tornam essa experiência muito preocupante em relação à saúde mental (SCHMIDT et, al. 2020).
Algumas das características que aparecem são os sintomas de depressão, ansiedade e estresse, os quais diante da pandemia têm sido identificados na população em geral (SCHMIDT et, al. 2020). A quarentena pode ocasionar estresse pós-traumático, confusão e irritabilidade. Nesse sentido, desde que a pandemia começou a espalhar-se, ocorreu aumento da prevalência dos chamados Transtornos Mentais Comuns (TMC), especialmente os relacionados à fadiga, agressividade, estresse agudos, episódios de pânico, a manifestação de preditores de estresse pós traumático (TEPT), depressão e ansiedade (CRUZ, 2020).
Em meio ao isolamento social é possível obter serviços psicológicos através da tecnologia online, a qual é regulamentada durante a COVID-19 pela resolução nº 4, de maio de 2020. Assim, uma das possibilidades que se recomenda a quem precisa de um auxílio de um profissional de saúde mental neste período de distanciamento social, é a psicoterapia online, entretanto, essa modalidade de atendimento é mais conhecida fora do Brasil e possui várias formas de comprovação de seus benefícios. Quando esta modalidade começou a ser utilizada, era forte a oposição: alegava-se que o contato não verbal era pobre, interferindo de negativamente na relação entre paciente e psicólogo. Porém, em outros países, ela se mostra mais utilizada, principalmente ao trabalhar problemas como ansiedade e depressão, sobretudo neste contexto de pandemia (Gomes e Pieta, 2014, p 20).
Existem psicólogos que estão oferecendo atendimento online gratuito para qualquer pessoa que esteja sofrendo por conta deste contexto. Nesse mesmo sentido, também existe o Centro de Valorização da Vida (CVV). Qualquer pessoa que esteja em depressão, com pensamentos suicidas ou mesmo só deprimida podem ligar no número 188 (número do CVV) para ser atendida por algum dos voluntários.
Em relação às formas de atendimento psicológico por mídias digitais, apresenta-se o seguinte fluxograma sobre a rede de suporte social e psicológico oferecido aos profissionais da saúde e aos demais pacientes:
Por fim, além do trabalho do psicólogo durante este momento, é necessário que ele se prepare também para depois, o pós-pandemia, até porque as consequências psicológicas desencadeadas por todos os desdobramentos desta, podem ser mais prevalentes e duradouros do que o próprio adoecimento em si. Por isso a importância de intervenções psicológicas contextualizadas tanto durante, quanto depois desta pandemia (CREPALDI, 2020).
REFERÊNCIAS
CRUZ, R. M. COVID-19: emergência e impactos na saúde e no trabalho. Revista Psicologia, Organizações e Trabalho, vol. 20, nº. 2, Brasília, 2020.
CREPALDI, M. A. et al. Terminalidade, morte e luto na pandemia de COVID-19: demandas psicológicas emergentes e implicações práticas. Estudos de Psicologia, Campinas, 2020.
PEREIRA, M. D. et al. A pandemia de COVID-19, o isolamento social, consequências na saúde mental e estratégias de enfrentamento: uma revisão integrativa. Society and Development, v. 9, nº. 7, p. 1-31, 2020.
SCHMIDT, Beatriz et al. Saúde mental e intervenções psicológicas diante da pandemia do novo coronavírus (COVID-19). Estudos de Psicologia (Campinas), v. 37, 2020.
GOMES, W. B. et al. Psicoterapia Pela Internet: Viável ou Inviável?. PSICOLOGIA: CIÊNCIA E PROFISSÃO. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. v 34, n. 1, p. 18-31, 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-98932014000100003&script=sci_arttext. Acesso em: 02 jul. 2020.
RESOLUÇÃO Nº 4, de 26 de MARÇO DE 2020
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