Artigo das acadêmicas de Nutrição, Barbara Campos, Julia Ingles da Cruz, Larissa Cristina Costa e Taynara Andressa da Luz
A ansiedade é um sentimento desagradável de medo ou apreensão, que se caracteriza por tensão que antecede o sentimento de perigo, do desconhecido ou de algo estranho. Estima-se que o Brasil é o país com a maior taxa de transtorno de ansiedade e, conforme o levantamento da Organização Mundial de Saúde (OMS) cerca de 9,3% da população sofre desta doença.
Dependendo do nível de ansiedade, ela pode ocasionar diversos prejuízos tanto mentalmente como fisicamente como tensões, dores de cabeça, dores musculares, problemas gástricos, digestivos e levar a pessoa à obesidade. Ainda, causa falta de concentração, insônia, falta de memória, irritabilidade e depressão, fatores estes associados a questões emocionais.
Mas afinal, você sabia que a alimentação inadequada tem um impacto sobre o efeito de transtornos de ansiedade?
A alimentação possui uma estreita relação com a ansiedade, pois com a intenção de controlar as emoções algumas pessoas podem se alimentar mais ou menos. Há influência também no momento de escolher os alimentos, geralmente o indivíduo irá optar por alimentos com alta carga energética e calórica, na busca do sentimento de prazer.
Além disso, a ansiedade faz com que a pessoa tenha um desequilíbrio do neurotransmissor serotonina que é responsável pelo humor, regulação da ansiedade e sensação de fome, fazendo com que o portador da doença faça uma maior ingestão de comida como mecanismo de escape das situações vividas.
Todavia, a mudança nos hábitos alimentares podem ser uma grande aliada para tratar a doença pois contribui para o aumento de hormônios relacionados ao bem-estar e faz com que haja uma descarga de neurotransmissores positivos. Os nutrientes que atuam no controle da ansiedade são os triptofano, ômega 3, magnésio, vitaminas do complexo B e vitamina D.
O triptofano pode ser encontrado em vários tipos de alimentos. Entre eles estão: o leite, ovos, carnes, frutos do mar, cereais integrais, batata, couve-flor, berinjela, soja, banana, kiwi, brócolis, tomates e nozes.
Níveis baixos de ômega 3 em estados de ansiedade aumentam produção de citocinas pró inflamatórias por exposição a situações estressantes, sendo assim, o ômega 3 em equilíbrio age por diminuir essas ações inflamatórias. Alguns alimentos ricos em ácidos graxos: peixe, soja, girassol, milho.
Magnésio e vitaminas do complexo B auxiliam em importantes processos para o organismo. Alimentos ricos em magnésio: Castanhas, nozes, amendoim, cacau. Alimentos ricos em vitaminas do complexo B: Carne vermelha, ovo, vegetais verdes, feijão, lentilha, leite e derivados.
A vitamina D é um nutriente essencial na qual o organismo utiliza em diversos processos vitais bem como possui papel importante na regulação dos níveis de neurotransmissores responsáveis pelo bem-estar como o humor. A vitamina D pode ser encontrada em alimentos como gema de ovo, óleos de peixes, alimentos fortificados tais como soja, leite de vaca e cereais, no entanto, a sua principal fonte é a exposição solar.
Entretanto, a alimentação não é o único tratamento que desempenha papel de destaque na prevenção da ansiedade, é necessário a ajuda profissional psiquiátrica e/ou psicológica pra auxiliar no processo de recuperação da doença.
Referências
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SOUZA, Dalila Teotonio Bernardino de; LÚCIO, Jordânia de Morais; ARAÚJO, Adiene Silva. Ansiedade e alimentação: uma análise inter-relacional. II Congresso Brasileiro de Ciências da Saúde, 2017. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/revistas/conbracis/trabalhos/TRABALHO_EV071_MD1_SA6_ID1109_02052017134105.pdf>. Acesso em 08 de junho de 2020.
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