O que todos já sabem é que o açúcar tem muitas calorias, vazias de nutrientes, e que é um grande responsável para o aumento de peso. Porém, alguns trabalhos realizados demonstram que o perigo do açúcar vai muito além de engordar e estragar a silhueta. Primeiro porque, só o fato de aumentar a gordura corporal, principalmente a abdominal, já pode desencadear inúmeras disfunções, segundo, por ser um grande agravante no processo de aceleração do envelhecimento e por fim e mais perigoso, é que pode causar até câncer se tornar um costume.

 Dando sequência as atividades do Dia Mundial da Saúde que se comemorou na segunda (07), acadêmicos da curso de Nutrição da Faculdade Campo Real participaram de uma ação interdisciplinar onde demonstraram a gravidade da situação. Com o preparo de amostras, demonstraram ao público da faculdade o excesso de açúcar presente em alimentos que consumimos frequentemente no dia a dia.

 Um exemplo é o famoso macarrão instantâneo. Prático de fazer e dá uma disfarçada na fome, ele contém, nada mais nada menos, em uma porção de 85g (pacote), 50g de açúcar. E ainda apresenta mais um agravante, é frito antes de ser embalado. “Nossa intenção é alertar os consumidores para a importância da leitura do rótulo dos alimentos. Habitualmente só olhamos o valor calórico e não damos a devida importância para o valor de lipídios e carboidratos (açúcares) contidos nos alimentos”, diz a professora de Nutrição da Campo Real Vânia Shmitt.

 Para a acadêmica do 5º período de Nutrição Cleoni Kunzleer, é muito importante que os consumidores se informem cada vez mais. “O carboidrato contido nos alimentos, sendo metabolizado pelo organismo se transforma em açúcar. Nesta aula prática estamos tendo a oportunidade de avaliar o índice glicêmico dos alimentos para mais ou para menos. Todo o cuidado é pouco já que estaremos propensos a desenvolver o diabetes e a obesidade, além de outros agravantes, pelo excesso de consumo do açúcar, muitas vezes invisível aos olhos e ao paladar”, alerta.

 Nos sucos de caixa ou lata os acadêmicos constataram uma média de 46g de açúcar em 335ml. Maior que o encontrado em 200 ml de refrigerante, que chega a 21g. Portanto, trocar simplesmente o refrigerante pelo suco industrializado não é tão saudável quanto se imaginava. “A frutose derivada do açúcar de cozinha e a frutose ultra concentrada usada no xarope de milho que adoça os refrigerantes e sucos industrializados só podem ser metabolizadas pelo fígado, enquanto que a glicose pode ser absorvida por outros tecidos, como músculos”, alerta a professora Vânia.

 A sugestão da acadêmica Daiana Pasa, é que se dê prioridade da confecção dos alimentos em casa sempre que possível. “Temos as feiras dos produtores na terça e quinta em Guarapuava onde encontramos produtos frescos. Podemos assim optar por uma alimentação balanceada, evitando o consumo excessivo de produtos industrializados. Certamente nosso organismo irá agradecer.”

O site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, oferece ao leitor uma cartilha onde o ensina a interpretar o rótulo dos alimentos. Consulte em: www.anvisa.gov.br .